Operação da PF pode cortar financiamento de grupos bolsonaristas e preocupa aliados do presidente
A operação deflagrada nesta quarta-feira (27) pela Polícia Federal, contra suspeitos de atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pode cortar o financiamento de apoiadores e de atos a favor do presidente Jair Bolsonaro e preocupa aliados do Palácio do Planalto. Pelo menos quatro empresários que estariam financiando grupos bolsonaristas nas redes sociais são alvos da operação da PF, o que pode fragilizar a estratégia montada por esses militantes para garantir apoio nas ruas e na internet ao presidente da República. Inquérito do STF que investiga fake news: veja perguntas e respostas Sempre que está na defensiva, como neste momento, Bolsonaro costuma se apoiar nestes grupos que se organizam nas redes sociais e em manifestações de rua para defendê-lo. Agora, avaliam aliados do presidente, essa rede de apoio passa a estar no foco da PF e os financiadores do grupo sob investigação. Ou seja, o fluxo de recursos pode cessar. Não por outro motivo a operação da PF, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, foi avaliada como positiva por líderes partidários. Para eles, a partir de agora o poder de pressão desses grupos, que se valem de ataques nas redes sociais e atos nas ruas para acuar críticos de Bolsonaro, pode perder força. Líderes partidários destacam que as reações públicas da cúpula do Legislativo e do Judiciário contra ataques do presidente a instituições não produzem nenhum efeito. Bolsonaro costuma recuar momentaneamente, mas depois volta ao ataque, sempre se amparando nos seus apoiadores nas redes sociais e nas manifestações de rua. Agora, o jogo pode mudar, avaliam líderes. Eles ponderam que os apoiadores de Bolsonaro podem partir para uma radicalização definitiva, mas que neste momento o grupo estaria no alvo de uma investigação. Informações de bastidores indicam ainda que o inquérito aberto no STF teria mais munição contra esses grupos, que seria usada numa segunda fase do processo. Entre aliados do presidente, além da preocupação com a perda de força de grupos de apoio a Bolsonaro, o sinal de alerta foi aceso. As investigações podem acabar chegando também a assessores que trabalham diretamente com o presidente na alimentação de suas mensagens nas redes sociais.
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